Houve uma época em que artistas e bandidos freqüentavam a mesma roda de samba.
Agora, a Tate Modern de Londres traz a obra de Hélio Oiticica, neto de anarquista que homenageou o famoso bandido Cara-de-Cavalo com o banner acima.
O centauro às avessas era ligado ao jogo do bicho, roubava - coisa pouca, mas roubava -, traficava maconha e fazia as vezes de cafetão, mas era com a esposa que tamborilava os dedos sobre a mesma mesa que artistas do cacife de Oiticia.
Em 64, Cara-de-Cavalo passou dos limites (e ele os tinha ?), quando matou com um tiro o detetive Milton de Oliveira Le Cocq. Foi então caçado como um bicho (e já dava o recado no nome), morrendo estupidamente, perfurado por mais de cem tiros.
Sobre Cara-de-Cavalo, Oiticica disse: "O crime é a busca desesperada da felicidade autêntica, em contraposição aos falsos valores sociais".
Não estou aqui, de maneira alguma, fazendo apologia ao crime, à contravenção, mas entendendo o esteta como marginal, mesmo que isso soe redundante.
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