Produz um fedorzinho que é de acordar,
do sono grudado nos bigodes.
Também as extremidades ficam aquecidas,
o que provoca tenro chulé.
Me espera o dia todo voltar do lavoro
e nos odores reconheço
a fidelidade daqueles que esperam sem cansar
por um afago e ração úmida, como fosse prêmio e manjar.
Isto era pra ser um poema
um poema de amar
como apenas os cães,
nos odores e esperas, sabem dar.
Mas minhas rimas pueris
junto com o polegar desenvolvido
me fazem menor
do que é capaz um cão de doar.
*
Virginia Woolf, em "Flush - o diário de um cão", revela os mistérios da existência sob a ótica do melhor amigo do homem.
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