quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Sempre há o pouso - pausa que merecemos

Ilustração de Jenny Bowsers

Nos fios de luz que nos encadeiam os humanos, "sentinelam" os pássaros e seu alumbramento.

Talvez fios e pássaros sejam a prova de que Deus existe: o concreto, reto, estático e feio em contraponto ao vento, partner maior do vôo. O vento não enxergamos, mas ele se comprova na figura do pássaro e nas árvores descabeladas...

Mas não bastaram as asas: Deus deu aos pássaros riscos de pernas, porque todos precisamos parar. Alguns seguem sempre no mesmo lugar, como os fios fincados nos postes.

Porém a comprovação infinita da existência divina está nas pernocas dos passarinhos, que se configuram numa extensão dos fios: a sutileza de Deus, que nos põe e tira dos lugares, através do que vemos e de todo o resto imensurável, que é vento.

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