terça-feira, 24 de julho de 2007

Embotada

Tudo diferente. E igual. Same isso, same aquilo. Porém, Cecília na voz do Chico, com seus "lábios de leve". E a gente chama mesmo aqueles que ama em silêncio. O exercício do silêncio é treino diário porque tem uma coisa no meu peito - aquela antiga chaga que se renova estranhamente -, berrando, mas me mantenho muda, pois o automatismo de scarpin encobre minh'alma com uma gaze. Há que ser assim no mundo corporativo e no adultismo de modo geral.

Poor girl,
assopram no meu ouvido.
Nem
, respondo.

No pós-trinta, muito bem definiu meu amigo Marcos, vivemos três eventos, basicamente:
- perdas
- aniversários de um ano
- faturas a pagar

No entremeio, bebo chá de laranja, uso meias de algodão, sento com desconhecidos na hora do almoço, observo as mãos das pessoas obsessivamente, rememoro pouco porque o antes cansa, não choro perdões, fico sentida mas depois passa, percebo alguma sensibilidade que cintila, lavo os copos ainda cheios, não reparo no refrão, seguro as ancas, me agrado com cigarros e viva-voz e qual o quê, mostro meu peito no espelho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

desembucha!